sexta-feira, 24 de março de 2017

Sobre elefantes-marinhos e hipergamia

Engana-se quem acha que a hipergamia é um fardo exclusivo da espécie humana: os elefantes-marinhos padecem do mesmo mal, talvez numa proporção mais gravosa que nós mesmos sofremos: 4% dos elefantes-marinhos machos são responsáveis por 88% das cópulas observadas [1]. Isso significa dizer que se eu ou o leitor fossemos elefantes-marinhos, provavelmente terminaríamos nossos dias celibatários, sem sequer uma punhetinha para consolar.

No que pese não nos igualarmos à hipergamia brutal dos elefantes-marinhos, é notória que a hipergamia na espécie humana é presente e extremamente gravosa para os machos. No nosso caso, a influência dos memes e a inteligência deram um novo significado para isso, mas a essência continua a mesma.

O diferencial agora não é ser o mais forte (embora isso conte) mas aquele que possuir o melhor conjunto de características que as mulheres buscam (são 16, e pretendo enumerá-las em momento oportuno). A hipergamia em parte é escamoteada pelo fato de que grande parte das pessoas iniciam um relacionamento apenas como “quebra-galho”, e é exatamente esse o motivo pelo qual os laços heteroafetivos são tão volúveis: eles são firmados pela conveniência de ter alguém ao lado até que apareça um melhor candidato (recomendo a leitura deste excelente artigo de lavra de Denis Carvalho).

A maioria de nós faz parte dos “96%”. Porém, diferentemente da maioria dos pobres elefantes-marinhos machos, que não terão outra escolha senão morrerem virgens, nós temos a capacidade de nos desenvolvermos pessoalmente o suficiente para engrossar os parcos “4%” de machos alfas que terão a atenção de 88% das fêmeas.

Canso de ver caras de mimimi~, reclamando das péssimas escolhas que as mulheres fazem. Pois bem, lidem com isso, porque as coisas foram assim, são assim e sempre serão assim. Ao invés de perder tempo carpindo inutilmente, busquem se igualar aos 4%, não para ser bem cotado pelas mulheres, mas para seu próprio crescimento. Atrair os olhares femininos deve ser visto como consequência, jamais como fim.

Da próxima vez que reclamar do seletivismo feminino (que é perfeitamente natural e será tema de outro artigo), pense que as coisas poderiam ser piores se você fosse um elefante-marinho virjão.

Au revoir!


[1] O Gene Egoísta, Capítulo 9

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